quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Geração

"Cada geração se sente, sem dúvida, condenada a reformar o mundo. No entanto, a minha sabe que não o reformará. Mas a sua tarefa é talvez ainda maior. Ela consiste em impedir que o mundo se desfaça. Herdeira de uma história corrupta onde se mesclam revoluções decaídas, tecnologias enlouquecidas, deuses mortos e ideologias esgotadas, onde poderes medíocres podem hoje a tudo destruir, mas não sabem mais convencer, onde a inteligência se rebaixou para servir ao ódio e à opressão, esta geração tem o débito, com ela mesma e com as gerações próximas, de restabelecer, a partir de suas próprias negações, um pouco daquilo que faz a dignidade de viver e de morrer."

- Discurso do Nobel de 1957

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Quando os ruidos começavam
Os gritos, irracionais
Os impulsos tomavam conta, eu me tornava a paz
Sereno.
Para manter a paz, a integridade
A vida
Me tornava a própria guerra.
Percebi que era um fim e mim mesmo.
Eu era o bom e o mau
O rico e o pobre
O fogo e o gelo
O inicio e o fim
O inerte, o imóvel mas cheio de energia
Não ia muito longe, odiava os dias.
Queria amar, mas logo cansava

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Refúgio

 E foi quando eu percebi que cada vez menos eu sentia vontade de encontrar as pessoas.
Eu queria muito encontrar elas, passar horas conversando sobre tudo, ensinando e aprendendo, mas para encontrá-las eu precisava ir até o mundo dos fantoches, e quando eu chegava a esta conclusão, toda a vontade de sair, conversar e aprender ela levada pela névoa de trevas que consistia no simples ato de sair e lidar com os fantoches, ver os fantoches, estar ciente dos fantoches.

Foi quando concluí que havia me tornado um foragido, um foragido do mundo dos fantoches.Eu não podia ser visto, eu não queria ser percebido por nenhum deles.

Eu precisava de um refúgio, um local secreto para poder receber as pessoas, onde pudéssemos conversar em segurança, ensinar sem ser julgados, e perguntar sem sentir vergonha.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

O mundo dos fantoches.

Foi quando eu percebi que eu só fazia o que fazia para sair da realidade. Ouvia música para me perder entre os versos, eu jogava para mudar de realidade, eu viajava entre mundos, entre paraísos e infernos. Mundos com dragões, bruxos, elfos, demônios... De nenhum deles eu sentia vontade de fugir, de sumir ou me sentia impotente.
O único mundo que me causava medo era o mundo dos humanos, eu chamava de o mundo dos fantoches,eu odiava os dos seus gritos, da sua pressa, do seus sorrisos amarelos, sua falsidade. A forma como arruinavam o próprio futuro fazendo questão de não se darem conta.
Cada vez menos eu queria ficar no mundo dos fantoches. Mas ele me buscava a todo momento, eu era obrigado a viver parte do meu tempo naquele lugar, feito para ser bonito, mas com um sentimento tão feio, um vazio tão cinza...
Nunca mais voltar para lá não era uma opção, e a vontade que uma vez eu tive, de salvar o mundo dos fantoches, não existia mais, eu só queria que aquele mundo terminasse logo e que os fantoches sumissem. A indiferença se tornou minha armadura.

domingo, 16 de abril de 2017

Rush - The pass

O orgulhoso caminha pra fora do pátio da escola
Esperando pelo aplauso do mundo
Rebelde sem consciência
Mártir sem uma causa

Estático na sua frequência
Tempestade elétrica em suas veias
Com raiva pela glória inatingível
Tencionando as correntes invisíveis

E agora você está tremendo sobre um rochedo
Olhando fixo para um mar sem coração
Não consegue encarar o desafio da vida
Nada é o que você achou que seria

Todos nós nos perdemos na escuridão
Sonhadores aprendem a se guiar pelas estrelas
Todos nós passamos um tempo na sarjeta
Sonhadores recorrem a olhar para os carros

...

Alguém estabeleceu um mau exemplo
Fez a rendição parecer certo
O ato de um nobre guerreiro
Que perdeu a vontade de lutar

Nenhum herói na sua tragédia
Nenhum desafio na sua escapada
Nenhuma saudação pela sua rendição
Nada nobre no seu destino
Cristo, o que você fez?

...